terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ponto de ordem...

Ultimamente o Gui não me tem deixado fazer grande coisa, mas há mais de um mês que fui tomado por uma preguiça descomunal que me afasta do teclado do computador.
Na verdade também não se tem passado nada de extraordinário desde a última posta para aqui lançada... a não ser...
A minha estreia no Halloween, que foi abrilhantada pela minha pontaria ao conseguir acertar com uma saca de gomas no meio dos olhos de uma bruxinha.
O artista do médico que achou que eu ainda não tinha sido suficientemente furado, tendo por isso me marcado mais uma bateria de testes.
Os setenta minutos de porrada no computador para conseguir ver O FCP espetar cinco aos mouros.
Ou o grave incidente que abalou as fundações do meu casamento, quando a Aurora usou a minha lâmina de barbear (praticamente nova!) para tirar o borboto ao um casaco.
Confesso que o último acontecimento me empurrou para um dilema. Que faço agora? Peço o divórcio ou obrigo-a a rapar a virilhas com a mesma lâmina?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Reclusão

O carro sem bateria à chegada de Amesterdão foi o presságio para a semana que se aproximava.
Há algum tempo que descobri que sou hipertenso. As várias análises ao sangue e à urina demonstraram valores normalíssimos pelo que a causa não foi determinada.
Após meses de medicação com resultados ineficazes, o meu médico de família aconselhou-me a consulta de um cardiologista, e este após me ter ligado a uma máquina que me mediu a tensão durante 24 horas e me ter feito uma ressonância magnética, passou-me para um endocrinologista por suspeitar que o meu problema era causado por um adenoma na supra-renal.
É claro que este também quis fazer as suas análises, que atendendo à sua complexidade me iriam obrigar a passar duas noites no hospital.
Foi assim que na tarde da passada segunda-feira me apresentei voluntariamente no Estabelecimento Prisional, perdão na Clínica.
Depois de de alguns procedimentos burocráticos, ter sido pesado e respondido a alguns inquéritos sobe a minha alimentação fui conduzido à minha cela e aí fiquei até à hora da refeição.
Só aí é que vi realmente em que buraco estava metido. A clínica era vocacionada ao tratamento de diabetes, obesidade e distúrbios alimentares.
O ansiado contacto humano como o resto dos "reclusos" não foi o que esperava uma vez que todos olhavam de lado para mim. Os diabéticos da minha mesa resmungavam constantemente e não se cansavam de dizer mal da comida que até nem era má de todo quando comparada com aquilo que já tinha engolido nas cantinas escolares. O tipo sentado à minha frente entre duas opiniões desfavoráveis sobre a sobremesa do dia anterior gabou-se de ter batido um record pessoal, e nessa noite ter tido 60 apneias do sono em uma hora.
Tinha que ver as coisas pelo lado positivo. Decididamente era o gajo mais elegante e saudável que por lá andava, e com este pensamento me deitei.
No dia seguinte fui acordado às 6:30 por uma enfermeira que distribuía a medicação. Atendendo a que já estava acordado e que me apetecia "mudar a água às azeitonas", levantei-me e quando voltava para a cama entra no meu quarto uma enfermeira para me tirar sangue.
Quando vi a sua cara de horror, ainda pensei que tinha-me esquecido de apertar os botões da carcela, mas afinal a expressão dela resultava do facto de que a recolha de sangue deveria ser feita ainda antes de eu me levantar. É claro que isto não teria acontecido se alguém tivesse tido a decência de me informar do procedimento associado aos testes que iria fazer.
Como também iriam precisar de sangue depois de eu estar em pé, a enfermeira lá me espetou a agulha no braço direito e tirou quatro tubinhos, dizendo-me para me meter novamente na cama e que passada uma hora faria a tal "recolha em repouso".
Conforme o prometido, uma hora depois a enfermeira entrou no meu quarto e no momento exacto em que a agulha entrava no meu braço esquerdo, entra a correr outra enfermeira a gritar para parar a recolha. A hora de repouso era insuficiente. O procedimento exigia que a colheita fosse feita em jejum e após 12 horas de repouso. Resumindo ficou tudo sem efeito e adiado para o dia seguinte.
Nessa tarde uma nova enfermeira apareceu-me. Esta tinha como função convencer-me a frequentar os "ateliers dietéticos". Por momentos a ideia pareceu-me boa, mas títulos como "Como viver com a diabetes" ou "A minha doença e eu" arrefeceram-me os ânimos e calmamente tentei explicar que além de não pertencer ao grupo alvo e não estar interessado, eu não iria poder comparecer uma vez que iria ter alta na manhã seguinte. Foi então que caiu a bomba. Segundo o que aparecia no sistema informático eu só iria sair na quinta-feira de manhã.
Resmunguei, ameacei fugir pela janela e perguntei porquê. A única resposta que tive foi que "assim estava no sistema", que o meu médico não estava lá e que poderia falar com ele no dia seguinte.


Lá me resignei e um par de horas depois, após a sessão de lamúrias ao jantar, deitei-me por volta das 20 horas de modo a conseguir as famosas 12 horas de repouso. Como seria de esperar uma hora depois de me ter deitado já estava a bater mal, mas como não havia nada melhor a fazer, devo ter adormecido por volta das 22:30.
Ao contrário do estabelecido, fui acordado por volta das 6:20 por uma enfermeira que me espetou uma agulha no braço direito e fez a colheita em repouso. Atendendo à vontade que tinha de sair da cama e de ir ao quarto de banho não resmunguei minimamente e fiquei feliz por escapar da imobilidade forçada. Uma hora mais tarde em vez de me fazerem a segunda recolha, trouxeram-me o pequeno almoço e disseram-me para fazer algum movimento antes de me tirarem sangue novamente. Assim o fiz durante os 45 minutos seguintes passertando pelo quarto até uma enfermeira maçarica acompanhada pela enfermeira-chefe me fizeram a recolha que faltava.
Por volta das 10 horas o meu médico entrou no quarto e logo aproveitei para lhe perguntar se tinha que fazer mais exames. Em virtude da sua resposta negativa questionei-o novamente desta vez para saber quando poderia sair tendo este respondido que o poderia fazer naquele momento. Apeteceu-me abraça-lo, mas limitei-me a estender-lhe a mão e correr para o armário para meter a roupa na mochila.




NOTA: Apesar de praticamente ter passado dois dias sozinho enfiado num quarto de hospital, as visitas da Aurora e do Gui contribuíram para a manutenção da minha sanidade mental

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Verde e vacas...

O cancelamento em finais do mês dos voos Biarritz - Amesterdão e o aniversário da Patrícia foram as desculpas ideais para nos metermos no avião rumo ao Reino dos Países Baixos.
À partida, o temporal que se fazia sentir abençoou a nossa viagem e o céu limpo, que nos deixou rever Paris by night em todo o seu esplendor, acompanhou-nos até à cidade do rio Amstel.
É claro que não chegamos de mãos a abanar tendo levado connosco o expoente da cultura francesa que partilhamos com gosto com os nossos anfitriões.



A base de operações foi estabelecida em Deventer, na casa do Miguel que nos serviu de "guia nativo" e nos disponibilizou o seu carro.
O primeiro dia foi passado no reconhecimento ao terreno em volta da base.



A visita da praxe a Amesterdão foi deixada para o segundo dia. Durante horas perdemo-nos pelos canais e descobrimos alguns recantos da capital.



No dia seguinte partimos à descoberta do norte da Holanda, tendo começado por Zwolle,



passamos por Zurich, nas margens do Mar do Norte,



e daí fomos através do Afsluitdijk até Enkhuizen.



O quarto dia, para grande satisfação do Gui, foi inteiramente passado no Nederlands Openluchtmuseum, uma espécie de "Holanda dos Pequenitos" em Arnhem. Lá descobrimos as casas típicas de todas as regiões dos Países Baixos, os seus costumes e os animais daí originários.



Durante o resto da semana, o tempo piorou e não nos afastamos muito de casa, tendo a vista terminado em apoteose com o aniversário da nossa anfitriã.
Apesar de ter passado uma semana inteira a olhar para uma planície verde e vacas, a hospitalidade do Miguel e da Patrícia e o seu constante bom humor fizeram com que nos custasse um pouco a voltar a casa e despertaram a vontade de voltar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A língua francesa é muito traiçoeira

Em "episódios anteriores" vimos a confusão que dá quando os franceses se lembram de não acentuar as palavras escritas em maiúsculas.
Apesar de saber disto, nada me preparou para aquilo que ontem vi escrito numa ambulância.
Aparentemente o Sr. Larréché, residente na bela localidade de Lembeye, teve a brilhante ideia de abrir um negócio de ambulâncias e carros fúnebres (assim se correr mal fica tudo em família). O menos brilhante, aos olhos deste vosso servo, foi a ideia de pintar nas suas viaturas o nome da terra seguido do seu nome.
Assim, ontem deparei-me com uma ambulância com os seguintes dizeres: LEMBEYE LARRECHE, o que, depois de lido à portuguesa, confesso que me soou muito mal...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um cheesecake... do outro mundo - Epílogo

Como seria de esperar o cheesecake não era grande coisa pelo que usei e abusei do Heidsieck & C° Monopole Rose para o empurrar.
Deve ter sido por isso que durante a sesta o Mestre Silva veio a mim em sonhos e disse-me para regar o bolo com Crème Pomme Vert.



Um cheesecake... do outro mundo

A Aurora sempre foi um desastre a fazer bolos, mas a decisão de me pôr a ajudar veio-se a provar tão acertada como a do capitão do Titanic seguir a todo o vapor pela rota mais a Norte.
Para começar, enquanto há pessoas que são adeptas da haute cusine ou da cozinha de fusão, eu sempre me fiquei pela cozinha de sobrevivência, e para mim açúcar mascavado, fermento e farinha 550 é tudo tinto.
Apesar da minha predisposição culinária ser o que é, a coisa até estava a correr bem até que o cozinheiro júnior nos ter brindado com a sua mais extravagante criação: um "pudim" verde gigante na fralda.
Embora isto cheire a desculpa do estilo da equipa médica do ADoP, é mais do que evidente que este incidente afectou a nossa concentração tendo a Aurora vertido no recheio a manteiga derretida que era para a base do bolo.
Atendendo a que eu também tinha direito a fazer cagada, olhei para o frasco das natas e li cc (centímetros cúbicos) aonde estava escrito cl (centilitros), o que numa conversão "à Lagardère" fez com que em vez dos 75g pedidos pela receita eu tivesse adicionado 500g (por só ter dois frascos de 25cl) e ter achado que era pouco.
É claro que o bolo demorou a cozer mais do que esperado e o aspecto final (à direita) ficou ligeiramente aquém (ou além) do desejado (à esquerda), mas tal como prometia a receita o resultado foi um cheesecake do outro mundo...



Para todos aqueles (que após terem lido isto) tiverem coragem de experimentar aqui fica a receita.
E lembrem-se que a 4ºC, 1 centímetro cúbico de água equivale a 1 grama... e a 0,1 centilitros

sábado, 18 de setembro de 2010

As armas e os barões assinalados...

Hoje fui despertado com uma má surpresa.
Ao contrário do habitual, o Gui protestou violentamente para que o retirassem da cama. Ao aproximar-me dele reparei no seu aspecto em tudo semelhante ao "Príncipe dos Poetas".


Uma hora e meia mais tarde a pediatra confirmou as minhas suspeitas. Pela primeira vez o meu filho estava doente tendo-se estreado com uma conjuntivite.
Apesar do contratempo, as brincadeiras e o apetite mantiveram-se e apenas o tratamento (uma gota em cada olho quatro vezes ao dia) causa algum choro. Aparentemente o Gui e a Inércia não se dão muito bem.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bom Português

Quem, como eu, costuma tomar o pequeno almoço a ver o Bom Dia Portugal tem que gramar de vez em quando com a rubrica "Bom Português".
No episódio de hoje debatia-se se 14 se escrevia "catorze" ou "quatorze".
Como sempre, foram à rua perguntar a quem passava qual das duas opções era a correcta e a coisa até nem correu mal porque houve só um iluminado que afirmou categoricamente que a segunda era a correcta.
Não seria de o mandar para o quaralho?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Viagens na minha (nova) terra II

Os últimos cartuchos do Verão foram queimados no passado sábado.
O Sol e as temperaturas próximas dos 30º fizeram-nos sair de casa para conhecer as redondezas.Desta vez os alvos foram Salies-de-Béarn, uma vilazinha termal aonde havia festa e Sauvterre-de-Béarn.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Setembro

Normalmente na primeira semana de Setembro sou invadido pelas recordações de férias. As memórias tanto podem ser de há poucas semanas como de "fantasmas de férias passadas".
Num desses momentos cristalizados no tempo recordo um carro a atravessar o Alentejo em pleno pico do Sol. Lá dentro quatro marmelos quase a saltarem ao pescoço uns dos outros por causa do calor, mas de um momento para o outro a calma porque do auto-rádio saiu isto...

domingo, 22 de agosto de 2010

Viagens na minha (nova) terra

A tarde de ontem prometia ser quentinha, e quando o mercúrio subiu até os 34ºC, procuramos a altitude para encontrar temperaturas mais suaves (28ºC).
O passeio levou-nos até ao Lago Fabréges, aonde o Gui encontrou um novo amiguinho: uma marmota em peluche.
No regresso passamos por Laruns, para reabastecimento, e por Castet aonde já chegamos com pouca luz para as fotos e mesmo a tempo de um marmelo fazer uma queimada cujo o fumo escondeu o torreão e parte da aldeia.



O Garrett até deve ter dado duas voltas no túmulo por lhe ter adaptado o título, mas eu tinha-me que vingar do trabalho que ele me deu no 11º ano.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pós-férias

Depressa se passaram as duas semanas e o retorno a Pau tornou-se inevitável.
Mas nem por isso voltamos à monotonia porque fomos seguidos pela dupla terrível que se instalou cá por casa.
Durante uma semana fui seduzido por idas às caves de Jurançon, para o invés disso dar comigo à procura de marmotas no meio do monte.

Pronto! Nós até fomos a um produtor de vinho. Mas a quinta ficava no topo de uma colina e para lá chegarmos tivemos que vencer um declive de 17%!!!

Crónica de umas férias desejadas 3

A verdadeira razão da escolha destas duas semanas para fazer férias, foi o facto de poder celebrar o primeiro aniversário do Gui junto da família.
A festa foi de arromba e o homenageado deixou a sua marca.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Crónica de umas férias desejadas 2

O regresso a casa foi mais que um reencontro com os familiares e amigos mais próximos.
Para grande surpresa e satisfação voltei a encontrar um amigalhaço dos tempos idos dos primeiros anos da faculdade.
Por momentos o tempo parou e recordamos os bons momentos da nossa juventude que novas responsabilidades fazem parecer ter acontecido há séculos atrás.
O almoço em Vila Praia de Âncora foi um dos pontos altos das férias.

Crónica de umas férias desejadas 1

Nas semanas que precederam as férias, sempre que adormecia a ultima imagem que me vinha à cabeça era a silhueta do Porto vista da varanda de casa dos meus pais ao anoitecer.
As duas semanas tão ansiadas acabaram por ser melhores do que esperava.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eis o verão do nosso contentamento


Apesar das dificuldades em meter tudo na mala, eis-nos prontos para 15 dias de férias "chez vovós"...

domingo, 18 de julho de 2010

My life - OST

Todos os malucos têm as suas manias.
A Joana d'Arc ouvia vozes que lhe diziam como libertar França e eu limito-me a ouvir músicas à medida que me encontro em determinadas situações.
Hoje enquanto tentava enfiar o meu filho na cadeirinha do automóvel fui assombrado por esta:

sexta-feira, 16 de julho de 2010

14 juillet

Em "episódios anteriores" tive a oportunidade de explicar a importância desta data cá na terra e de tecer algumas considerações a seu respeito, pelo que me vou limitar a comentar a edição 2010.
A edição deste ano ficou marcada pela abertura do desfile por tropas das antigas colónias francesas em África e pelo cancelamento da tradicional "garden party".
Fontes oficiais disseram que esse cancelamento deveu-se à crise mundial que atravessamos, mas está-se mesmo a ver que o Sarko e a Carlita não quiseram meter a pretalhada toda dentro de casa sob pena de lhes foderm a loiça e as pratas ou aquela imagem que compraram em Fátima que quando vista de um lado se vê o Sagrado Coração de Jesus e quando se olha do outro se vê o Cristiano Ronaldo.



terça-feira, 13 de julho de 2010

O meu Mundial 2010

Confesso que aguardava com alguma expectativa este Mundial.
Em principio um conjunto de variáveis como estar em casa, os jogos serem a horas decentes e estes serem transmitidos em sinal aberto iriam permitir-me uma barrigada de futebol, mas nem tudo correu como o esperado.
Para começar só devo ter conseguido ver 40% dos jogos porque o Gui insistia em por-se em bicos de pés em frente ao televisor a insultar tudo o que mexia. Depois foram algumas fraldas fedorentas e um bebé em fuga que me impediram o visionamento de alguns golos.
Quanto ao campeonato em si, na fase de grupos fiquei desiludido com a Itália, a Sérvia e com as selecções africanas. As surpresas agradáveis desta fase foram a Eslováquia e as equipas dos antípodas por quem eu não dava um tostão furado.
Na fase do "bota-fora" a surpresa desagradável foi a goleada sofrida pela Argentina e a desilusão suprema foi a forma como a Holanda jogou na final em que o futebol agradável que até aí tinham feito foi transfigurado em pancada e pouco mais. Apesar de não ter conseguido mais do que o quarto lugar, a grande revelação foi o Uruguai.
Num mundial com Messi, Cristiano Ronaldo, Kaka e outros, quem me convenceu foi o Forlan e o Sneijder, mas a estrela que mais brilhou foi...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Momento Mitologia

Reza a lenda que Sísifo era o mais esperto dos mortais, tendo usado a sua esperteza para enganar várias vezes os deuses.
Como é sabido, os deuses gregos nunca foram gajos para comer e calar, e quando Sísifo morreu de velhice, condenaram-no para toda a eternidade a arrastar uma pedra montanha acima, que quando próxima do cume rolava até ao ponto de partida.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Barreira linguística

Nas últimas semanas o meu filho tem tentado comunicar verbalmente comigo, mas eu não o tenho conseguido compreender.
Atendendo à fonia dos sons que têm saído da boca do Gui, cheguei à conclusão que ele estava a falar húngaro.
Infelizmente nesta parte do mundo os dicionários português/húngaro não abundam e o melhor que consegui foi um livro de frases húngaro/inglês editado nos anos 70 do século passado. No entanto, o livro não parece estar a resultar porque o Gui ainda não percebeu que não deve brincar com as tomadas eléctricas, que não deve puxar os fios do computador portátil do pai e insiste em cuspir a sopa, rasgar as revistas da mãe e meter à boca tudo o que apanha do chão.
Começo a suspeitar que o livro está marado...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

1 de Junho - Dia da criança ... tomar o 1º duche

O dia até nem estava a correr mal.
O Gui tinha-se portado excepcionalmente bem durante a consulta de rotina no pediatra chegando a exibir o seu melhor sorriso aquando da entrada na sala de espera de um casal de gémeos com poucas semanas de vida. No regresso a casa adormeceu e assim se manteve enquanto o retirei do carro, entrei em casa e o deitei no seu bercinho.
Cerca de uma hora mais tarde ouvi-o a resmungar no quarto para o virem buscar, tendo-o encontrado pronto para a extracção.


Aproveitei a ocasião para lhe mudar a fralda e para lhe vestir a "farda de combate" e viemos os dois brincar para o chão da sala.
Um quarto de hora mais tarde o Gui parou de gatinhar, sentou-se muito sério tendo-se ouvido um longo prrrrlgh.
Pelo "cantar daquele pássaro" e pelo odor que invadia as minhas narinas suspeitei que havia molho mas nada me fazia prever o espectáculo dantesco que vi a seguir.
Ao pegar no meu filho para o mudar senti as suas costas húmidas. Apesar do body ser de um verde muito escuro, a extensão dos estragos era perceptível até ao pescoço.
Normalmente uma sessão na banheirinha resolveria este problema, mas atendendo às condições catastróficas e ao facto de ter o meu antebraço direito "mais moreno" do que o esquerdo optei por uma chuveirada.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sur la plage

Feriado à segunda-feira e o mercúrio do termómetro a subir até os trinta e poucos graus Celsius foram as desculpas para nos deslocarmos até à Costa Basca.
A tarde foi passada em Biarritz, onde o mar e um gelado fizeram esquecer a canícula.



E para acabar o dia em beleza, uma bela parrilhada de peixe regada com meia garrafa de Navarra em Donibane Lohitzun (Saint Jean de Luz para os amigos).

National Geographic presents...

Nas florestas bearnesas surgiu recentemente um predador cuja a espécie era até agora desconhecida pela ciência.
A sua dieta é constituída maioritariamente por leite, sopa, boiões de fruta, iogurtes e pão.
Atendendo ao seu olhar felino e à rapidez com que se desloca no seu habitat, este perigoso devorador de lacticínios foi apelidado de Guipardo.

Momento Engenharia

Reverse engineering é o processo de análise de um artefacto (um aparelho, um componente eléctrico, um programa de computador, etc.) e dos detalhes de seu funcionamento, geralmente com a intenção de construir um novo aparelho ou programa que faça a mesma coisa, sem realmente copiar alguma coisa do original.
Objectivamente a engenharia reversa consiste em, por exemplo, desmontar uma máquina para descobrir como ela funciona.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ponto de situação

Apesar do longo período de inactividade bloguistica, não se pode dizer que estivemos parados.
O último fim-de-semana de Março em Paris serviu para fazer as últimas mudanças e para a compra de um colchão insuflável que bem nos serviu para passar a derradeira noite na nossa antiga casa.
Atendendo à distancia relativamente curta entre Pau e o Porto, adquirimos um veiculo potente (foto)que nos permitiu passar a Páscoa em família e lambuzarmo-nos no pão-de-ló da tia Vitória, e no carneirinho da minha mãe.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

It´s alive!

Nos últimos dois meses o Mundo interrogou-se a respeito do meu desaparecimento.
Diversas especulações fizeram capas da Caras ao Financial Times, mas a verdade é (como sempre) a mais simples das explicações.
Como sabem, mudei de casa (e de cidade) há cerca de dois meses e é este o tempo necessário neste país do terceiro mundo para ter uma linha telefónica e acesso à internet.
Não foi fácil sobreviver a este período. Sofri horrores, tive frios e tive dores mas venci o inimigo. Porque sabia que o filho de Maria Estaria sempre comigo.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sonhos molhados

Esta manhã pensei por momentos que tinha voltado à minha adolescência quando acordei com o meu pijama molhado.
Depressa constatei que não tinha tido um sonho molhado e que o responsável pela humidade que me acordou foi o artistinha que dormia enroscado contra mim.
Acho que tenho que comprar fraldas maiores para o Gui.

Regresso a "casa"

Por certo que as centenas de milhar de internautas que seguem este blog estranharam a ausência de notícias durante a última semana.
A razão deste silêncio forçado deveu-se a problemas logísticos que nos fizeram mudar do apartotel aonde estávamos para um pequeno hotel junto ao hipódromo de Pau.
O pessoal depressa se rendeu ao charme do Gui, tendo este ficado profundamente apaixonado pela rapariga que nos servia as refeições no restaurante. E por falar nas refeições, devo ter engordado uns cinco quilos nesta semana por causa da qualidade dos pratos aí servidos.
Para completar o quadro, a alvorada vista do nosso quarto era assim.

sexta-feira, 12 de março de 2010

It's Raining Men

Ultimamente o tempo tem estado muito instável por estes lados. Se na segunda-feira o nevão que caiu fez com que a cidade ficasse toda branca, o resto da semana foi marcada pela queda de militares.
Várias vezes ao dia podia ver da janela da sala uma vintena de para-quedistas a saltarem de um C130 que minutos antes passara por cima da minha cabeça.
À quantidade de saltos que fizeram esta semana, já devem ser especialistas em apanhar o autocarro.

sexta-feira, 5 de março de 2010

(In)segurança

É sabido que nas grandes metrópoles a segurança deixa muito a desejar.
Pau, com os seus 84 000 habitantes parece ser bem mais segura do que Paris com 2 000 000, aonde até à porta do Eliseu reina a insegurança.


Chute Mylène Farmer à l'Elysée

quinta-feira, 4 de março de 2010

A música acalma até a fera mais selvagem

Ultimamente o Gui tornou-se muito muito chato exigindo cada vez mais a minha presença. Nem posso virar-lhe costas para atender o telefone sem que ele comece a chorar.
Entre os "cunning plans" que engendrei para me opor a esta fase do Gui, o único que parece resultar é fazê-lo escutar música, tendo descoberto que Wim Mertens é uma potente contra-medida.

terça-feira, 2 de março de 2010

Crepúsculo e amanhecer



Donde viemos não havia nada disto (um supermercado com SuperBock e tremoços no outro lado da rua)...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma pequena vitória

Além dos 18ºC que se fizeram sentir hoje, a boa-nova do dia é que a poucos passos do apartotel aonde estamos há um supermercado com SuperBock.
Cada vez gosto mais de Pau!


Faith No More - A Small Victory

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Primeiras impressões

Enquanto o avião iniciava a aterragem, vi pela janela uma planície cortada por várias colinas paralelas que se estendiam perpendicularmente até à cordilheira dos Pirenéus.
Ao contrário de Paris, o Sol brilhava em Pau e a temperatura era moderada.
Poucos minutos nos separaram do pequeno mas simpático Aeroporto ao apartotel, aonde iremos ficar até encontrarmos casa.
O apartamento é um pouco maior do que aquele de onde viemos, no quarto de banho há uma banheira e na cozinha há uma máquina de lavar roupa e outra de lavar loiça e da varanda do podemos ver isto.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Prólogo - Rumo a Sul

O taxista até deitou as mãos à cabeça quando viu a quantidade de tralha que levávamos connosco.
Eu também resmungava ao arrastar a mala que mais mais tarde, no aeroporto, vim a saber que pesava 24 kg, mas tudo o que carregavamos seria essencial para o próximo mês em Pau.
Paris despediu-se de mim como me tinha recebido. Nublada e pardacenta. Pela janela do avião vislumbrei uma última vez a Torre Eiffel enquanto o avião rumava a Sul.